Exames para diagnosticar infertilidade masculina

Fale conosco pelo WhatsApp

Os exames para diagnosticar infertilidade masculina são essenciais para identificar as causas e definir o tratamento adequado

A infertilidade é definida quando um casal não consegue alcançar a gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares e desprotegidas. Dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) apontam que entre 30% e 40% dos casos de infertilidade em casais estão relacionados a fatores masculinos, podendo este estar presente de maneira isolada ou em associação com um fator feminino de infertilidade.

Apesar de muitas vezes negligenciada, a saúde reprodutiva masculina desempenha um papel fundamental no planejamento familiar. Diagnosticar a infertilidade masculina é o primeiro passo para identificar as causas subjacentes e buscar tratamentos que possibilitem a realização do sonho da paternidade. A seguir, veremos quais são os exames para diagnosticar infertilidade masculina mais comuns nessa investigação.

Causas da infertilidade masculina

A infertilidade masculina pode ser ocasionada por uma variedade de fatores, que incluem questões genéticas, hormonais, anatômicas e, até mesmo, envolvem hábitos de vida. Entender as possíveis causas facilita o processo de conscientização acerca dos exames para diagnosticar infertilidade masculina e como o tratamento mais assertivo pode ser escolhido.

Alterações no espermatozoide

Problemas como baixa contagem de espermatozoides, motilidade reduzida ou morfologia anormal são comuns e impactam diretamente a capacidade de fertilizar o óvulo.

Desequilíbrios de testosterona

A testosterona é fundamental para a fertilidade masculina, pois está diretamente ligada à produção de espermatozoides, processo conhecido como espermatogênese. Esse hormônio, produzido principalmente nos testículos, regula o desenvolvimento e a maturação dos espermatozoides, além de influenciar as características sexuais e a libido.

Alterações nos níveis de testosterona são analisadas nos exames para diagnosticar infertilidade masculina e podem comprometer significativamente a fertilidade. Quando há deficiência de testosterona (hipogonadismo), a produção de espermatozoides pode ser reduzida ou interrompida, resultando em baixa contagem ou ausência deles no sêmen (azoospermia).

Essas alterações podem ser causadas por disfunções no eixo hipotálamo-hipófise-testículo ou doenças como obesidade e diabetes.

Da mesma maneira que a baixa testosterona pode afetar a fertilidade masculina, o excesso deste hormônio também pode levar a quadros graves de alteração no sêmen. Como ocorre no uso de esteróides anabolizantes, o uso de testosterona exógena pode ocasionar uma inibição da hipófise e consequentemente de 2 hormônios importantes (FSH e LH) no processo reprodutivo. Assim, apesar dos bons níveis de testosterona serem fundamentais para a produção de espermatozoides, o uso exógeno deste hormônio pode levar a inibição do outro hormônio (FSH) que atua em conjunto com a testosterona para a produção dos espermatozoides, levando a quadros graves de azoospermia (ausência de espermatozoides no ejaculado).

Varicocele

A varicocele é uma condição presente em aproximadamente 15% da população masculina e em até 40% dos homens inférteis. Dessa forma, é possível afirmar que a varicocele está entre as principais causas de infertilidade masculina e é amplamente analisada nos exames para diagnosticar infertilidade masculina. Importante destacar que a principal forma de diagnosticar a varicocele é através do exame físico do paciente realizado por um médico especialista. Os exames de imagem, como a ultrassonografia com Doppler da região escrotal, são exames que podem ser complementares ao exame físico.

Nessa condição, ocorre a dilatação anormal das veias do cordão espermático, o que eleva a temperatura testicular e prejudica a produção de espermatozoides. O tratamento da varicocele geralmente envolve cirurgia, como a varicocelectomia, que visa corrigir o fluxo sanguíneo nas veias testiculares. Estudos mostram que essa intervenção pode melhorar significativamente a qualidade do sêmen, aumentando as chances de gravidez, tanto espontânea quanto por reprodução assistida.

Infecções

Infecções do epidídimo (epididimite) ou do testículo (orquite), que podem ser causadas por patógenos como a clamídia, gonorreia, entre outras, costumam causar inflamações que afetam negativamente a fertilidade. Sendo assim, os exames para diagnosticar infertilidade masculina também investigam essas possíveis infecções.

Anomalias genéticas

Alterações no cromossomo Y, alterações estruturais nos cromossomos ou alterações no número de cromossomos podem estar relacionadas à diminuição na produção de espermatozoides ou mesmo impedir a formação.

Maus hábitos

Hábitos como consumo excessivo de álcool, tabaco, drogas ilícitas, uso de anabolizantes e exposição a produtos químicos tóxicos estão associados à diminuição da qualidade do sêmen.

Exames para diagnosticar infertilidade masculina

Os exames para diagnosticar infertilidade masculina são fundamentais para investigar todas as possíveis causas e direcionar os tratamentos. Esses exames abrangem análises laboratoriais, avaliações físicas e procedimentos especializados:

Avaliação física

Realizada por um urologista, essa avaliação inclui a inspeção dos testículos para identificar alterações anatômicas, como varicocele ou sinais de infecções e traumas.

Espermograma

Entre os exames para diagnosticar infertilidade masculina, o espermograma é a análise inicial mais indicada.

O espermograma é realizado a partir de uma amostra de sêmen coletada por masturbação, após um período de abstinência sexual de 2 a 5 dias. A amostra deve ser entregue em um laboratório especializado para análise. Esse exame avalia parâmetros como a quantidade de espermatozoides, sua mobilidade (capacidade de se movimentar), sua morfologia e sua vitalidade.

Além disso, outros aspectos do sêmen, como volume, pH e presença de células anormais, também são analisados. Esses dados são essenciais para determinar a saúde reprodutiva masculina e identificar possíveis causas de infertilidade. Porém, alterações nos resultados podem indicar a necessidade de exames complementares.

Avaliação genética

Exames genéticos também fazem parte dos exames para diagnosticar infertilidade masculina, dependendo do quadro de infertilidade. Os 2 exames principais a serem realizados quando é necessário a avaliação genética são o Cariótipo (pesquisa de bandas G em sangue periférico) e a pesquisa de Microdeleção do Cromossomo Y.  Alterações nestes exames podem estar associadas a baixa ou nenhuma produção de espermatozoides.

Biópsia testicular

A biópsia testicular é um procedimento médico utilizado para avaliar a possível produção de espermatozoides diretamente nos testículos. Realizado sob anestesia local ou geral, esse, que é um dos exames para diagnosticar infertilidade masculina, envolve a retirada de pequenos fragmentos de tecido testicular por meio de uma agulha fina ou uma pequena incisão.

O material coletado é analisado em laboratório para verificar a presença de espermatozoides e também realizar uma avaliação histológica do tecido testicular para identificar possíveis problemas na espermatogênese, como ausência de células reprodutivas ou alterações no tecido testicular.

É especialmente indicada em casos de azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen) e pode auxiliar tanto no diagnóstico quanto na coleta de espermatozoides para a reprodução assistida.

Teste de fragmentação do DNA espermático

O Teste de Fragmentação do DNA Espermático é um dos exames para diagnosticar infertilidade masculina mais detalhados, voltado para avaliar a integridade do material genético dos espermatozoides.

Realizado em laboratório, utiliza uma amostra de sêmen coletada pelo paciente que é analisada com técnicas avançadas para identificar danos ou quebras no DNA espermático.

Alterações que podem comprometer a fertilização e o desenvolvimento embrionário e aumentar o risco de abortos espontâneos são detectadas nessa análise. É indicado especialmente quando outros exames, como o espermograma, apresentam alterações ou em casos de infertilidade sem causa aparente, ajudando na definição do tratamento mais adequado.

Tratamentos para infertilidade masculina

Após os exames para diagnosticar infertilidade masculina, o médico indicará o tratamento mais adequado. A abordagem varia conforme a causa identificada, podendo incluir:

  • Cirurgia para correção de varicocele;
  • Uso de medicamentos hormonais para equilibrar os níveis de testosterona;
  • Tratamento de infecções com antibióticos;
  • Técnicas de reprodução assistida, como inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV);
  • Extração de espermatozoides diretamente do epidídimo (PESA ou MESA) ou dos testículos (TESA, TESE, Micor-tese) para uso em reprodução assistida.

A reprodução assistida é particularmente útil em casos nos quais as opções terapêuticas convencionais não oferecem resultados satisfatórios.

Além disso, consultas regulares com um urologista ajudam a identificar e tratar precocemente condições como varicocele e infecções, minimizando os impactos sobre a fertilidade.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

Clínica Mater Prime

Blog

Confira as últimas novidades do mundo da Reprodução Humana

Inscreva-se no canal da Mater Prime

Vídeos novos toda terça, quarta e quinta às 17h

x